Uma organização internacional, como a Unesco, tem de
estar preocupada com a quantidade de crianças fora da escola em vários
países e com uma quantidade ainda maior que não consegue concluir a
educação básica.
O Brasil está com uma quantidade superior aos 95% frequentando a
escola básica, porém, nosso problema é um pouco diferente: as crianças
concluem, mas não aprendem o que deveriam.
Retrata bem esta questão uma pergunta que ouvi de um professor, há
três anos, num município que assessorava: - Se todos aprenderem quem vai
trabalhar para nós?
Esta é a questão que preocupa a Unesco. Países que não investem em
educação porque acreditam na exportação de comodities, acabando por
produzir o que chamamos de pesado e barato. Uma tonelada de minério de
ferro custa barato.
Um chip para computadores é muito leve, mas agrega
valor oriundo do conhecimento e custa muito caro.
Os investimentos em educação visam melhorar a performance econômica
dos países através do leve e caro, distribuindo assim mais renda e
permitindo saltos do produto interno bruto.
A Unesco observa que muitos países não chegam a investir o mínimo que
se espera do PIB em educação, em torno de 4%. Mas este dado pode não
ser claro porque alguns países mais carentes têm um PIB muito baixo.
Quando informamos que um país investe 6% ou 8% de seu produto bruto
em educação precisamos saber qual o valor total de seu PIB. Por esta
razão, quando no Brasil atingirmos a meta do II PNE, em 2024, aplicando
10% do nosso PIB, só faremos grandes diferenças se aumentarmos o que
produzimos de quatro para sete trilhões de reais por ano, caso
contrário, o investimento de 10% preconizado pelo II PNE será
insuficiente.
Como se vê, as preocupações da Unesco procedem porque se os mais
pobres não conseguem concluir o ensino básico em muitos países ou, se ao
concluírem, não aprenderam o suficiente, alguém terá de sustentá-los,
seja com programas nacionais ou internacionais de ajuda.
Fonte: http://avozdaserra.com.br/colunas/hamilton-werneck/preocupacoes-da-unesco-com-metas-da-educacao
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