Macaé, da redação
Nesta quarta-feira (12), às 18, os
educadores municipais de Macaé se reuniram em assembleia no auditório
da escola Maria Izabel Damasceno para discutir as pautas da categoria.
Após a reunião, os profissionais esperavam receber o prefeito Dr.
Aluízio (PV), compromisso firmado durante o Encontro da Educação,
realizado no primeiro dia letivo do ano. Mas, sem justificativa, o
chefe do Executivo da cidade não se fez presente e demonstrou mais uma
vez o descaso da Prefeitura com os trabalhadores e com a Educação.
“Não é a primeira vez que isso acontece. Agora a prioridade da
gestão é o Porto da Queiroz Galvão, que infringe várias normais
ambientais e está a serviço de uma minoria. Dr. Aluízio parece estar
mais preocupados com os empresários da cidade do que com a Educação”,
disse Sabrina Luz, Coordenadora Geral do Sepe Macaé e militante do PSTU.
O clima de insatisfação dos educadores com Dr. Aluízio não é à toa.
Eleito com discurso de mudança, o prefeito prometia transformar a
realidade do setor, construir escolas suficientes, atender às
reivindicações dos profissionais e estudantes. Mas, em um ano de
governo, o que se viu não foi exatamente isso. O projeto do setor, como
a construção de cinco escolas por ano, é insuficiente e não atende à
realidade da cidade. Logo no início da gestão, sem consultar os
educadores, o prefeito elegeu Lúcia Thomaz como secretária de Educação.
A escolhida é dona de uma das maiores escolas particulares da cidade,
uma demonstração do que viria pela frente.
Em 2013 a categoria foi obrigada a fazer diversos atos e
paralisações para reivindicar os direitos negados pelo prefeito. O
ditado exclamado por um professor durante a última assembleia explica
bem a realidade: “Riverton (ex-prefeito do PMDB) dizia ‘não’ para a
Educação, Já Aluízio diz ‘sim’, mas o ‘sim’ dele, na verdade quer dizer
‘não’”. E foi assim durante muitos momentos de 2013. O prefeito por
diversas vezes prometeu cumprir pontos da pauta apresentada pelo
sindicato, mas alguns deles, em seguida, descumpria. Todas as
conquistas de 2013 só vieram com muita luta, com manifestações de peso
nas ruas.
Só assim os auxiliares escolares conseguiram aumento de 36% e os
porteiros e auxiliares de serviços gerais diminuíram a carga horária de
40 para 30 horas. Só assim veio a conquista da regência de 20% para 30%
e os professores A, que trabalhavam de segunda a sexta-feira
conquistaram um dia para planejamento – direito atualmente ameaçado,
pois foi retirado até o próximo dia 17 em algumas escolas e em outras
suspenso.
No entanto, reivindicações como o cumprimento da Lei Federal n°
11.738 que estabelece o tempo mínimo reservado para planejamento de
aula de 1/3 da carga horária estão entre as promessas não cumpridas por
Dr. Aluízio. Os educadores também reclamam das condições de trabalho
nas escolas. Em várias delas faltam professores, carteiras, mesas. Em
algumas os alunos têm a grade de aula diária interrompida por falta de
água, problema recorrente ao qual não é apresentada solução.
Para piorar, Dr. Aluízio deu um belo presente de fim de ano para a
categoria. Não pagou o enquadramento, as férias e gratificação de 20%
para profissionais que trabalham em local de difícil acesso. O
enquadramento deveria ter sido quitado em dezembro de 2013, mas só foi
pago nesta quarta-feira (12), dia da assembleia. Assim como as férias
deveriam ter sido pagas no mesmo período em que os educadores entraram
em recesso e até agora alguns profissionais continuam sem receber.
Com todo o descaso, além dos profissionais, a população pobre é a
mais prejudicada. Muitas mães não conseguiram matricular seus filhos
nas escolas e principalmente nas creches, só garantidas para crianças a
partir dos quatro anos. Uma minoria atende à faixa etária menor,
deixando muitas mães sem poder trabalhar por não terem onde deixar seus
filhos.
Ano promete ser de muita luta!
Já que o prefeito insiste em fugir, os educadores resolveram ir até
ele. Para o próximo dia 26 foi marcado um ato para dar início à
campanha reivindicatória deste ano. Os profissionais levarão um bolo de
presente a Dr. Aluízio, em simbologia ao descumprimento dos
compromissos firmados com o setor, que promete também realizar uma
paralisação para os próximos dias.
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