Das 45 obras inauguradas, 15 estão incompletas, segundo levantamento. Governo federal vê falha em projetos como um dos motivos para atraso.
Faltando
um dia para o início da Copa do Mundo no Brasil, apenas 51,7% das
obras de mobilidade urbana e aeroportos nas cidades-sede foram
entregues, segundo um levantamento feito pelo G1.
Dos 45 projetos inaugurados, 15 estão incompletos por causa de
atrasos e cancelamentos.
Das
74 obras de mobilidade e das 13 em aeroportos, 32 foram descartadas
para a Copa e devem ficar prontas somente depois da competição. A
inauguração de outras dez deve acontecer até esta quinta-feira
(12) ou durante os jogos, segundo os gestores.
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mais
Entre
as justificativas apontadas para o atraso ou cancelamento dos
projetos estão burocracia, imprevistos, disputas judiciais sobre
desapropriações, modificação nos planejamentos iniciais e
problemas com empresas contratadas, entre outros.
No
Rio Grande do Sul, de 11 obras, nove devem ser entregues apenas
após o Mundial. Em dezembro de 2013, a Prefeitura de Porto Alegre
já havia afirmado que a maioria dos projetos será entregue
somente depois do evento.
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Agora,
o Executivo diz estar concentrado nas obras do entorno do Estádio
Beira-Rio, cuja finaliza-ção está prevista para este domingo (15),
durante a competição.
Em
Mato Grosso, das dez obras previstas em Cuiabá, sete devem ser
concluídas só depois da Copa. Entre elas, está a ampliação do
Aeroporto Internacional Marechal Rondon, que sofreu atrasos por causa
de adequações no projeto. A reforma deve ser concluída em agosto.
Já
no Rio, três das quatro obras previstas foram entregues – sendo
duas incompletas. A Estação Multimodal, única não entregue, deve
ser inaugurada neste domingo. (Veja
na tabela no fim do texto a situação das obras prometidas para a
Copa em cada uma das 12 cidades-sede.)
Obra de viaduto do VLT em Cuiabá, no final do ano passado (Foto: Renê Dióz/G1) |
Verbas
federais e falhas nos projetos
De
acordo com o Ministério das Cidades, desde 2007 o governo federal
destinou R$ 143 bilhões para investimentos em mobilidade, sendo que
R$ 102 bilhões (71,3%) são para obras nas cidades-sede do Mundial.
A responsabilidade da execução é dos governo estaduais e
municipais.
"Todas
as obras previstas inicialmente continuam com recursos de
financiamento público com juros subsidiados disponíveis e serão
concluídas conforme cronograma de execução. Até o momento, oito
obras de mobilidade urbana já estão concluídas e 18
empreendimentos estão em operação. O restante está em execução
pelos governos estaduais e municipais e será entregue na medida em
que for concluído por parte das cidades-sede", informou a
pasta, sem dar detalhes sobre cada projeto.
O
ministério apontou como uma das principais dificuldades para o
andamento das obras a fragilidade ou a falta de planejamentos de
qualidade. "No desenvolvimento dos projetos básicos, o governo
federal observou a necessidade de readequações, seja pela redução
do número de desapropriações/reassentamentos, por questões
ambientais ou de engenharia."
“A
Copa funcionou como catalisador, mas não fizemos investimento
para ela, tanto que temos obras [de aeroportos] que vão continuar
depois"
Guilherme
Ramalho,
secretário executivo da Secretaria de Aviação Civil |
Sobre
as desapropriações e conflitos de habitação – que foi um dos
principais motivos de atrasos em obras e também bandeira em
protestos pelo país contra a realização da Copa –, o
Ministério das Cidades informou que cada município deve alcançar
um equilíbrio "entre as soluções para o transporte
coletivo e as demandas habitacionais".
Aeroportos
Dos 13 aeroportos das cidades-sede (incluindo o de Viracopos, em Campinas, que serve de acesso a São Paulo), nove foram entregues, de acordo com o levantamento do |
G1.
Desses, quatro ainda têm pendências e obras inacabadas.
De
acordo com o secretário executivo da Secretaria de Aviação Civil,
Guilherme Ramalho, a pasta está "satisfeita e otimista"
com o andamento das obras. Segundo ele, considerando todos os
aeroportos que atendem as capitais brasileiras, foram investidos R$
11,3 bilhões entre 2011 e 2014. Com esse valor, foram construídos
1,4 milhão de m² de novos pátios, e a área de terminais dobrou.
Ramalho
ressaltou que o setor, que está com um crescimento médio de 10% ao
ano, deve continuar em obras pela próxima década. "A Copa
funcionou como um catalisador, mas não fizemos investimento para
ela, tanto que temos obras que vão continuar depois. Não faz
sentido fazer aeroporto só para a Copa, não é como estádio",
disse.
Aeroporto de Fortaleza terá um terminal provisório durante a Copa (Foto: Portal da Copa/Divulgação) |
Apesar
dos atrasos, Ramalho afirmou que Fortaleza está preparada para
receber os turistas nesse período, assim como as outras capitais.
"Quando tem um conjunto de obras desse tamanho, há
dificuldades. Às vezes, dá azar. Em Fortaleza aconteceu isso.
Suprimos a obra do terminal, que deu problema com a empresa
contratada, com uma estrutura provisória."
Além
disso, o projeto de Fortaleza foi contratado com o prazo de entrega
para 2017, segundo o secretário executivo. "O que se previa é
que tivesse uma entrega parcial, de 25%, neste mês. Não foi
entregue, mas a parte de pátio foi concluída, o que aumentou a
capacidade", apontou Ramalho.
*Com
reportagem do G1 AM, G1 BA, G1 CE, G1 MG, G1 DF, G1 MT, G1 PE, G1 PR,
G1 RJ, G1 RS, G1 RN e G1 SP
Fonte: http://www.g1.globo.com Acessado em 11/06/2014
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