O Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de
Janeiro) acusa a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro de
finalizar modalidades do ensino médio em diversas escolas pelo Estado do Rio.
Segundo dados da entidade aproximadamente 49 unidades sofreram modificações ou
foram desativadas.
Marta Moraes, professora da rede pública estadual e diretora do Sepe,
afirma que mais de oito escolas estaduais foram fechadas integralmente na rede
pública estadual.
"É importante
citar que paralelamente a esse fechamento, a Secretaria de Educação continua a
fechar turmas, no que eles chamam de otimização. Na verdade fazem junção de
turmas, criando turmas 'super-lotadas' e obrigando o professor a ter que
escolher outras escolas. E com o ano já iniciado, acabam tendo que trabalhar em
4, 5 e até 8 escolas. E deixando seus alunos com o processo de
ensino-aprendizagem iniciado. É uma medida que traz prejuízos para os alunos
especialmente com relação a avaliação dos mesmos", considera a
professora.
Segundo Marta, em um ano e meio, aproximadamente 49 escolas sofreram
modificações como exclusão de turnos ou fechamento de cursos referentes ao
ensino médio e também fundamental.
"No Município do Rio a relação de escolas da capital, que
funcionavam a noite de forma compartilhada com o município foram fechadas.
Tiveram suas atividades encerradas, extinguindo o turno da noite e prejudicando
alunos que trabalham, por exemplo", protestou Marta.
Municipalização
A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro afirmou, em nota
enviada ao UOL, esclarece que a ação tomada
pelo órgão não foi fechamento de escolas, e sim, municipalização do ensino
fundamental, que é de responsabilidade dos municípios.
"O que a secretaria estadual vem fazendo é transferindo as escolas
com alunos do fundamental para o município, quando há capacidade de o município
absorver essa demanda, o que é o caso da cidade do Rio de Janeiro. Chama-se
municipalização. Os alunos permanecem estudando, só passam a ficar sob
responsabilidade do município a partir disso", informou por meio de nota.
Problemas
A diretora do Sepe afirma que a transferência de alunos tem acontecido
de maneira inadequada. "Na maioria dos casos, os alunos transferidos
desistiram de estudar, pois as escolas ficavam longe de suas casas ou
local de trabalho", conta.
"No caso da escola Coccio Barcellos, a situação foi dramática pois
os alunos foram transferidos para a Escola Estadual Herbert Vianna na
Comunidade do Turano e os alunos moravam em área de facção rival. Os alunos
desistiram, na maior parte, com medo. isso pode ser comprovado com o fechamento
de 9 turmas no Herbert no ano de 2013", enfatizou a professora.
A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, por meio da sua
assessoria de comunicação, afirma que "A mudança ocorreu porque a
unidade – localizada na mesma região-- que recebeu os estudantes possuía turmas
ociosas. Além disso, a medida ajudou na diminuição da carência de docentes
e na melhora da qualidade do ensino oferecido aos alunos".
De acordo com a secretaria estadual, os servidores do Estado que atuavam
nessas escolas foram realocados em projetos, reforço escolar e nas novas
escolas que serão inauguradas.
Em relação ao processo de municipalização, a Secretaria de Estado de
Educação esclareceu que possui uma equipe que trata das negociações com as
prefeituras, sempre visando ao bem estar do aluno, que não pode ficar sem
estudar
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