LOUVORES

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A educação tem pressa



 
  

"A educação tem pressa". Esse é o lema dos profissionais da educação da Rede Municipal de Macaé que estão em campanha salarial desde março de 2013, com assembleia marcada para 15 de maio e indicativo de paralisação para 22 de maio. O site do PSTU Macaé entrevistou a diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação de Macaé (Sepe), professora e militante do PSTU, Sabrina Luz, que contou como está esse processo de organização da luta da categoria.
PSTU/Macaé: Quando começou a campanha salarial 2013?


Sabrina Luz: Em fevereiro e março tivemos duas audiências com a nova secretária de Educação, Lucia Thomaz. Nessas reuniões não tivemos resposta às nossas reivindicações. A secretária afirmava que estava chegando, que tinha muitos problemas e que no momento não podia atender os profissionais da educação. Fruto dessas reuniões com a secretária, conseguimos marcar duas reuniões, uma com os professores A e outra com os professores C, onde a secretária iria ouvir a categoria. Infelizmente ela não compareceu em nenhuma das reuniões, mostrando a falta de compromisso com os educadores.

Na nossa assembleia, dia 19 de março, votamos a campanha salarial 2013. Votamos também que iríamos tentar uma abertura de diálogo com o novo prefeito, Dr. Aluízio, já que a SEMED não nos atendia.  Enviamos um pedido de audiência pública para Dr. Aluízio, infelizmente não tivemos resposta. No dia 09, ficamos sabendo que o prefeito iria estar em uma atividade com as diretoras da Rede, no colégio Ancyra. Fomos até lá pegar a resposta do prefeito pessoalmente e conseguimos marcar uma reunião para o dia 15 de maio, antes da nossa assembleia. Mas, caso o prefeito não negocie, a rede vai parar dia 22 de maio.
PSTU/Macaé: Quais são as reivindicações da educação na campanha salarial 2013?
Sabrina Luz: Essa pergunta é muito importante. Não lutamos apenas por aumento salarial, e sim por melhores condições de trabalho. A primeira delas é salário, reivindicamos 50% de aumento,  o mesmo  índice que teve os cargos comissionados da Câmara de Vereadores. Se a prefeitura pode dar 50% para os cargos comissionados, pode dar para a educação, que precisa, assim como a saúde, ser valorizada. Lutamos também pela regulamentação da Lei Federal 11.738, que regulamenta a carga horária com um terço de planejamento para os professores. O município de Macaé está irregular desde 2010, pois em Macaé não temos esse direito garantido. Queremos reformas nas escolas e ampliação da rede, convocação dos concursados para professor A e funcionários, novo concurso para professor C, entre outras reivindicações.
PSTU/Macaé: Um dos problemas em Macaé é a falta de creches. Qual a reivindicação do Sepe sobre essa questão?
Sabrina Luz: No dia 08 de março, dia Internacional de Luta da Mulher, o Sepe lançou a campanha de creches, com o lema “Queremos creches já!”. Estamos passando abaixo-assinado na população, reivindicando construção de creches nos bairros. São 11 mil crianças de 0 a 5 anos sem creches. É necessário um plano de obras públicas que construa 70 creches. Em Macaé, Capital Nacional do Petróleo, nenhuma criança pode ficar fora da escola. Sabemos que essa questão é muito séria, o Governo Federal criou o Pacto pela Educação, indicando que toda criança deve ser alfabetizada até os oito anos. Mas, para que essa criança seja alfabetizada na idade certa é fundamental que ela esteja na creche desde cedo. A pré-escola é importante para o desenvolvimento da criança. Outra questão é que a falta de creches é o principal obstáculo para as mulheres não conseguirem emprego. Hoje, infelizmente, as mulheres que não têm onde deixar seus filhos, não têm como sustentar suas famílias e ficam reféns de relações machistas e a conseqüência tem sido o aumento da violência à mulher. Por isso, queremos creche integral de qualidade para que todas as mulheres possam trabalhar, ter independência financeira e sustentar suas famílias.
PSTU/Macaé: Como está a realidade nas escolas?
Sabrina Luz: A realidade das escolas da rede municipal é caótica. A violência aumenta; há déficit de professores e funcionários; a merenda é fraca, sem qualidade; falta água nas escolas; não chegaram uniformes novos; os livros estão velhos e insuficientes; as salas, superlotadas; diversas salas de informática e bibliotecas encontram-se fechadas, e outros problemas. Contratos e o programa Mais Educação (ou mais enganação) do Governo Federal, que contrata precariamente estudantes, ou trabalhadoras e trabalhadores para “ensinar” as crianças no contraturno, são apontados como soluções. É preciso investimento em escola integral de qualidade, com profissionais de educação concursados, bem remunerados e a garantia do ensino da ciência, cultura, artes e esporte, necessários para o desenvolvimento do ser humano.
PSTU/Macaé: A Prefeitura está paralisada desde o início do ano por causa da auditoria das contas. Qual a sua opinião sobre isso?
Sabrina Luz: A auditoria é importante, para saber o quanto nosso município perdeu com os desvios de verba pública e a corrupção. É necessário punir os culpados e devolver o dinheiro público. Outro absurdo é usar a auditória como desculpa para não dar aumento salarial digno para os servidores. A Prefeitura não tem previsão para concurso público, nem para construção de creches. Dinheiro não é problema em Macaé. Nos quatro primeiros meses já arrecadamos R$ 678 milhões. Esse recurso deve ser investido pesadamente em educação, saúde e moradia, dar condições dignas para a população macaense. Só assim teremos melhores resultados na educação, inclusive o aumento da violência na escola que nos preocupa tanto, só vai ser resolvido se nossos jovens tiverem perspectiva de uma vida melhor.
PSTU/Macaé: Você gostaria de deixar algum recado para os visitantes do site do PSTU?
Sabrina Luz: Sim, primeiro que é muito importante poder divulgar a luta da educação aqui no site do PSTU. Educadores, vamos fortalecer nossa campanha nas escolas e colocar nossa reivindicações na rua. O apoio da população é fundamental. Vamos exigir do prefeito Dr. Aluízio, que atenda nossas reivindicações. A luta por educação de qualidade para os filhos dos trabalhadores faz parte da luta por uma sociedade melhor, igualitária, uma sociedade socialista.igualitária, uma sociedade socialista. 

Um comentário:

  1. Não sou militante de nenhuma frente partidária ou sindicato de grevistas, apenas luto, busco e quero o melhor para nossa nação, e isso passa necessariamente por uma educação de qualidade com funcionários bem remunerados e uma boa infraestrutura.

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