LOUVORES

sábado, 10 de agosto de 2013

REDE MUNICIPAL E ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RIO EM GREVE




RIO - No primeiro dia de greve das redes municipal e estadual de ensino do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (9), professores e sindicalistas fazem visitas às escolas a fim de explicar aos pais dos alunos os objetivos do movimento, além de tentarem atrair a adesão de outros funcionários. De acordo com Alex Trentino, coordenador-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), as principais reivindicações são aumento salarial, destinação de 1/3 da carga horária para planejamento pedagógico e redução da carga de 40 para 30 horas para funcionários administrativos.
- Também queremos a derrubada do veto de que cada profissional tenha uma matrícula vinculada apenas a uma escola. Hoje, um profissional tem que trabalhar em até cinco escolas, pois não consegue completar a carga horária. Queremos que ele possa completar a carga horária total em apenas uma escola. Isso foi aprovado na Alerj em junho, o governador vetou, e o veto não foi apreciado - explica Trentino, dizendo que ainda não tem um balanço da greve.

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seedu), nesta sexta-feira (9) apenas 261 professores, de um total de 75 mil (0,3%), faltaram ao trabalho, e nenhuma escola deixou de funcionar. A Seeduc informa que já concedeu, neste ano, reajuste salarial de 8% para os professores e servidores da categoria este ano. O percentual, aprovado pela Assembleia Legislativa, vale desde 1º de junho.
Em relação à reivindicação de 1/3 da carga horária para atividades complementares, a Seeduc alega que já cumpre essa medida. No que diz respeito à redução de 40 para 30 horas para funcionários administrativos, o governo estadual argumenta que seria necessário um projeto de lei para sua implementação.
Em nota oficial, a Seeduc justifica que o veto ao artigo do Projeto de Lei 2.200, que vincula a matrícula de cada professor a apenas uma escola da rede, "se deu pelo fato de que uma medida dessas de uma hora para a outra prejudicaria milhares de alunos, que correriam o risco de ficar sem aulas. A ação proposta por alguns parlamentares causaria carência na rede. Esse seria um mundo ideal, a Secretaria entende que seria bom tanto para os docentes quanto para a própria Secretaria. Mas não pode ser implementada de uma hora para outra. A Secretaria já trabalha no dimensionamento da rede".
A Seeduc lembra que são 74 mil professores, 1 milhão de alunos e 1.310 unidades escolares. "Há docentes que alegam trabalhar em quatro, cinco escolas, mas contabilizam nesse quantitativo os colégios particulares onde atuam", segundo a nota.
Rede municipal reivindica reajuste de 19%
Já na rede municipal, a categoria reivindica um reajuste salarial de 19%, maior autonomia pedagógica e o fim dos bônus por meritocracia. Além disso, o grupo pede a aprovação do Plano de Cargos e Salários.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação do Rio, a mobilização ainda não afetou a rede, que teve funcionamento considerado "normal" nesta sexta, segundo a assessoria de imprensa.
Segundo a coordenadora para a cidade do Rio do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE-RJ), Suzana Guitierrez, a greve foi uma resposta drástica à falta de diálogo entre os docentes e a Prefeitura. Segundo ela, o movimento vai além da simples demanda salarial:
- Queremos uma educação de qualidade, com infraestrutura. Hoje as escolas são só um depósito de alunos, que treinam para o Provão para depois a Prefeitura mostrar que os indicadores educacionais melhoraram.
A greve deve se estender, pelo menos, até quarta-feira (14), quando haverá uma assembleia geral dos professores para decidir se suspende ou continua com a paralisação. Até lá, os servidores continuarão fazendo visitas às unidades de ensino. Na noite desta quinta, o SEPE estimou que a adesão seja cerca de 60% de todos os docentes da rede municipal. Um novo balanço deve ser divulgado por volta das 17h desta sexta.


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