RIO - No primeiro dia de greve das redes municipal e estadual de ensino
do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (9), professores e sindicalistas fazem
visitas às escolas a fim de explicar aos pais dos alunos os objetivos do
movimento, além de tentarem atrair a adesão de outros funcionários. De acordo
com Alex Trentino, coordenador-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de
Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), as principais reivindicações são aumento
salarial, destinação de 1/3 da carga horária para planejamento pedagógico e
redução da carga de 40 para 30 horas para funcionários administrativos.
- Também queremos a derrubada do veto de que cada profissional tenha uma
matrícula vinculada apenas a uma escola. Hoje, um profissional tem que
trabalhar em até cinco escolas, pois não consegue completar a carga horária.
Queremos que ele possa completar a carga horária total em apenas uma escola.
Isso foi aprovado na Alerj em junho, o governador vetou, e o veto não foi
apreciado - explica Trentino, dizendo que ainda não tem um balanço da greve.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seedu), nesta sexta-feira (9) apenas 261 professores, de um total de 75 mil (0,3%), faltaram ao trabalho, e nenhuma escola deixou de funcionar. A Seeduc informa que já concedeu, neste ano, reajuste salarial de 8% para os professores e servidores da categoria este ano. O percentual, aprovado pela Assembleia Legislativa, vale desde 1º de junho.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seedu), nesta sexta-feira (9) apenas 261 professores, de um total de 75 mil (0,3%), faltaram ao trabalho, e nenhuma escola deixou de funcionar. A Seeduc informa que já concedeu, neste ano, reajuste salarial de 8% para os professores e servidores da categoria este ano. O percentual, aprovado pela Assembleia Legislativa, vale desde 1º de junho.
Em relação à reivindicação de 1/3 da carga horária para atividades
complementares, a Seeduc alega que já cumpre essa medida. No que diz respeito à
redução de 40 para 30 horas para funcionários administrativos, o governo
estadual argumenta que seria necessário um projeto de lei para sua
implementação.
Em nota oficial, a Seeduc justifica que o veto ao artigo do Projeto de
Lei 2.200, que vincula a matrícula de cada professor a apenas uma escola da
rede, "se deu pelo fato de que uma medida dessas de uma hora para a outra
prejudicaria milhares de alunos, que correriam o risco de ficar sem aulas. A
ação proposta por alguns parlamentares causaria carência na rede. Esse seria um
mundo ideal, a Secretaria entende que seria bom tanto para os docentes quanto
para a própria Secretaria. Mas não pode ser implementada de uma hora para
outra. A Secretaria já trabalha no dimensionamento da rede".
A Seeduc lembra que são 74 mil professores, 1 milhão de alunos e 1.310
unidades escolares. "Há docentes que alegam trabalhar em quatro, cinco
escolas, mas contabilizam nesse quantitativo os colégios particulares onde
atuam", segundo a nota.
Rede municipal reivindica reajuste de 19%
Já na rede municipal, a categoria reivindica um reajuste salarial de
19%, maior autonomia pedagógica e o fim dos bônus por meritocracia. Além disso,
o grupo pede a aprovação do Plano de Cargos e Salários.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação do Rio, a mobilização
ainda não afetou a rede, que teve funcionamento considerado "normal"
nesta sexta, segundo a assessoria de imprensa.
Segundo a coordenadora para a cidade do Rio do Sindicato Estadual dos
Profissionais de Educação (SEPE-RJ), Suzana Guitierrez, a greve foi uma
resposta drástica à falta de diálogo entre os docentes e a Prefeitura. Segundo
ela, o movimento vai além da simples demanda salarial:
- Queremos uma educação de qualidade, com infraestrutura. Hoje as
escolas são só um depósito de alunos, que treinam para o Provão para depois a
Prefeitura mostrar que os indicadores educacionais melhoraram.
A greve deve se estender, pelo menos, até quarta-feira (14), quando
haverá uma assembleia geral dos professores para decidir se suspende ou
continua com a paralisação. Até lá, os servidores continuarão fazendo visitas
às unidades de ensino. Na noite desta quinta, o SEPE estimou que a adesão seja
cerca de 60% de todos os docentes da rede municipal. Um novo balanço deve ser
divulgado por volta das 17h desta sexta.
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